CompatÃveis ou nem tanto?
O casamento é normalmente a união de duas pessoas com hábitos, comportamentos e temperamentos completamente diferentes. Muitas vezes antes do matrimônio, as pessoas não têm a oportunidade de se conhecerem e se familiarizarem com os hábitos umas das outras. Alguns fatores como um casamento precipitado, um relacionamento mais virtual, ou até mesmo uma paixão desenfreada contribuem para esta falta de conhecimento mutuo, tornando os cônjuges cegos aos defeitos alheios. Mais tarde se veem como completos estranhos, com dificuldades de se adaptarem e com temperamentos incompatíveis, estando sujeitos à infelicidade, pois, onde deveria reinar amor e harmonia, reina a discórdia.
De certa forma, no casamento, “é preciso amar os defeitos, pois, as qualidades qualquer um pode amar”. Amar os defeitos não significa que você vai olhar para o seu marido grosseirão e pensar: “Nossa, acho tão lindo como ele só me critica”, ou olhar para sua esposa preguiçosa e pensar: “É tão lindo chegar em casa e além de ver toda essa bagunça, não ter o que comer”. Amar os defeitos é encarar as consequências da própria escolha, sem queixar-se no futuro, pois você fez uma escolha e prometeu que seria capaz de amar e conviver para o resto da vida com “aquele” ou “aqueles” defeitos. Tolerância é uma das maneiras de amar alguém. Saber amar é não estar cegos aos defeitos, mas ser conscientes das escolhas que fizemos e usar e abusar da tolerância.
Lembre-se: “Você se casou com os defeitos que você escolheu”. Porém, isso também não significa que porque seu cônjuge te conheceu assim, você precisa ser assim para sempre. O amor nos faz olhar para nós mesmos e desejar mudanças por amor ao outro. Claro que por nós mesmos nada podemos fazer. O casamento deve ser dia após dia entregue nas mãos de Deus. Devemos orar por nosso companheiro (a), por nosso casamento, e acima disso, nos entregar nas mãos do maior e melhor médico especialista em transplante de coração. O seu, o meu, o nosso coração de pedra, cheio de defeitos e hábitos que ferem o outro pode ser completamente transformado.
Contudo, precisamos fazer nossa parte. É preciso que nos levantemos do nosso confortável banco do comodismo e mesmo que devagar comecemos a cultivar novos hábitos. Deus é como um jardineiro que arranca as pragas, prepara a terra e nos mostra as boas sementes, mas, quem planta e rega dia após dia até que a planta cresça e dê bons frutos somos nós. Se a sua planta anda muito “mirrada”, chame outra vez o jardineiro, mas lembre-se que Ele não pode fazer tudo sozinho. Tanto aqueles que ainda não deram tão importante passo, quanto àqueles que já são casados e estão em dificuldades, precisam orar muito, analisar prós e contras, estudar as soluções e começar a mudança primeiramente em si.
Quer que seu casamento seja uma benção? É preciso estar disposto a se adaptar ao temperamento um do outro, sabedoria para lidar com as divergências e controvérsias, e acima disso, colocar-se nas mãos de Deus para Ele efetuar uma obra transformadora, primeiramente em nosso próprio coração. Que Deus nos ensine cada dia mais!