A religião verdadeira
Em todas as épocas o Senhor permitiu existir a situação que leva as pessoas a precisarem umas das outras. Já no Antigo Testamento, as comunidades judaicas eram ensinadas a praticar atos de bondade para com o próximo. Porém, os mais favorecidos pela caridade eram os pobres, que tinham direito a respigar as lavouras, bem como a um dízimo especial que era recolhido a cada três anos (Deuteronômio 14:28 e 29). Desse dízimo participavam também os estrangeiros e os órfãos. Apesar das leis que obrigavam os israelitas do Antigo Testamento a ajudar os pobres, Cristo veio para mostrar, na prática, como ser um agente de serviço social.
Por esse motivo, é dever da igreja de hoje entrar nesse ministério com todo empenho em favor dos pobres, das viúvas, dos necessitados, dos órfãos e daqueles que precisam de apoio. A recompensa pelo que fazemos é dada pela graça de Cristo. Hoje Deus nos dá a oportunidade de nos tornarmos verdadeiros cristãos, demonstrando isso por meio de nossas ações.
Certa vez Jesus disse: “Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes” (Marcos 14:7). Muitos se perguntam: O que eu devo fazer para agradecer a Deus pela oportunidade de salvação? A resposta está bem na porta da sua casa, na rua, nos orfanatos, nos hospitais, nas escolas e nas igrejas. Ellen G. White escreve no livro Beneficência Social, p. 15: “Nunca houve tempo em que fosse maior a necessidade do exercício da misericórdia do que hoje. Ao redor de todos nós estão os pobres, os sofredores, os aflitos, os tristes, os que estão prestes a perecer.”
Certo dia, alguém fez a Jesus uma interessante pergunta: “E quem é o meu próximo?” (Lucas 10:29). Jesus respondeu, demonstrando que o nosso próximo é aquele que mais precisa de nossa ajuda. Nossos próximos não são apenas as pessoas da igreja ou os membros da família que precisam de nosso apoio. Se pararmos para pensar, são muitos os motivos que nos impelem a ajudar outras pessoas, pois o Senhor é que provê nossos recursos.
Em Salmos 65:9-11, e 68:10, lemos que o Senhor sempre abençoa a Terra e nunca deixa faltar o alimento. Ele é quem manda a chuva, a gordura e o trigo. Ele é quem sacia a alma sedenta, enchendo-a de bens. Por esses mesmos motivos, o profeta Isaías escreve: “Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?” (Isaías 58:7). O nosso dever é transferir as bênçãos que temos recebido de Deus para outros mais carentes.
As leis da bênção estão baseadas no ato de dar com misericórdia, a fim de que recebamos também a misericórdia de Deus; a prova disso está em Mateus 5:7, que diz: “Bem-aventurados são os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.” O capítulo 37 de Salmos enfatiza a bondade do justo: “Confia no Senhor e faze o bem” (versículo 3); “o justo se compadece e dá”; “é sempre compassivo e empresta” (versículo 26). Os justos que fazem o bem com alegria colhem muitos benefícios.
Quando Paulo incentivou os cristãos de Corinto a serem caridosos, eles providenciaram ajuda aos irmãos necessitados da Judeia. “E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judeia” (Atos 11:29). O Senhor é glorificado por meio dessas atitudes, quando atendemos aqueles que estão famintos, em casas de recuperação, nas escolas, orfanatos, hospitais, creches, ou quando suprimos a necessidade dos que estão na rua, ministrando aos que precisam de auxilio espiritual e material. Em Tiago 1:27 lemos: “A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” A verdadeira religião está baseada na prática de assistência social, assim como Cristo nos demonstrou com Seu excelente exemplo.
Compilado da Revista Observador da Verdade, 2016.