Postar ou não postar? Eis a questão!
“Ser ou não ser, eis a questão...”. Sem sombra de dúvidas, esta é uma das citações mais famosas da literatura mundial. Carregada de uma essência filosófica e de profunda reflexão, essa frase tem sido atribuída por algumas pessoas desinformadas a pensadores gregos, enquanto outras atribuem-na a algum poeta romano.
No entanto, nem os gregos e nem os romanos a escreveram. Esta citação faz parte da peça A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, que foi escrita entre 1599 e 1601, pelo poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare. Nas cenas da peça teatral, essa frase tem tudo que ver com os momentos de hesitação que Hamlet passa ao ter de tomar uma decisão que afetaria sua vida para sempre.
E por falar em escolhas, não dá para passar por alto o fato de vivermos em um período onde todos querem tomar suas decisões de maneira acertada e soberana. O status da realização pessoal no mundo parece ter se alterado para: posso ser ou fazer o que quiser, na hora que bem entender. Porém, com o crescimento dessa “liberdade”, assiste-se a uma enxurrada de péssimas escolhas sem precedentes.
Mesmo depois de tantos anos, a frase de Shakespeare ainda deveria causar reflexão em nossos dias. Pois, ainda hoje, decide-se que profissão seguir, com quem namorar, quando se deve sair de casa, o que se deve ou não vestir, etc. Atualmente transformou-se em decisão algo que não fazia o menor sentido há onze ou doze anos: O que devo postar nas redes sociais?
Há poucos dias vi uma imagem com a seguinte frase: Dormir ou continuar no Facebook? Eis a questão. Este tem sido o dilema de quase todos os usuários das redes sociais. Com a ascensão dessa modalidade de interação virtual, muitos sentem uma necessidade quase incontrolável de mostrar para todos o que está fazendo, no momento em que está fazendo. Compartilhar aquilo que se imagina ou se sente também passa a ser muito importante.
São fotos, vídeos, frases, perguntas, dúvidas, propagandas e uma série de outros compartilhamentos. Parece que a mania virtual está diminuindo o senso de juízo comum que antigamente decidia o que mostrar e o que guardar. As redes sociais deveriam ser o lugar mais oportuno para se refletir: Postar ou não postar... Eis a questão.
Em uma de suas entrevistas, a publicitária Tati Bernardi afirmou: “As redes sociais profissionalizam a imbecilidade. Fofoqueiros e invejosos se acham doutores e a maledicência ganhou ares de debate profundo”. Você já parou para pensar no motivo que leva os internautas a compartilharem tudo o que fazem e sentem? Qual o motivo que leva muitos a publicarem todas as suas intimidades?
Por que publicar aquilo que levaria um cristão consciencioso a corar de vergonha? Infelizmente, somos uma geração que se deixa levar pela necessidade de publicar as coisas erradas que fazemos. Assim todos podem curtir e compartilhar aquilo que deveria ser compartilhado somente com o nosso misericordioso Deus. O sábio Salomão, no livro de Provérbios 21:23 afirma: “Você quer ficar sempre livre de problemas e sofrimentos? Fale o mínimo possível e tome sempre cuidado com suas palavras” (A Bíblia Viva). Poderíamos também fazer uma paráfrase das palavras de Mateus 12:36, 37, aplicando-as ao contexto das redes sociais: “Eu afirmo a vocês que, no dia do juízo, cada pessoa vai prestar contas de toda postagem inútil que fez. Porque as suas postagens vão servir para julgar se você é inocente ou culpado.
Pense bem: Muitos que navegam na internet naufragam na fé. Postar ou não postar... Eis a questão.
Compilado do Observador da Verdade, 2014.