Libertando-se do sentimento de culpa
A Bíblia nos conta a história de uma mulher que fora apanhada em adultério. Algumas autoridades da época, julgando-se muito importantes, superiores e nutrindo um grande ódio em seus corações, trouxeram aquela mulher até Jesus. Este relato pode ser encontrado no livro de João, capítulo 8, versos 3 a 11.
Te convido agora a imaginar comigo a situação em que se encontrava aquela mulher. Apesar da Bíblia não trazer detalhes, sempre fico pensando como ela se sentia envergonhada, pois estava em erro e naquele momento teve seus atos publicamente expostos. Ninguém dentre aquela multidão parecia muito amigável. Ela foi usada estrategicamente por aquelas autoridades religiosas como um teste, pois desejavam acusar Jesus de não cumprir as leis dos judeus e de Moisés. Aqueles homens estavam enfurecidos e a mulher vulneravelmente humilhada. Não esperava piedade e nem alguma oportunidade de sair ilesa da punição para o seu pecado, que segundo a lei, era apedrejamento até a morte. Aquela mulher se encontrava despida de esperança e sua alma estava preenchida por um grande vazio existencial. No entanto, ela fora trazida perante a presença de alguém muito falado na época por causa de seus atos de bondade e de sua compaixão para com o próximo. De repente, sua sentença de vida repousava naquelas mãos que tantos milagres operaram. Seus acusadores faziam questão de lembrar a Jesus que a lei era clara quanto à situação de ser apanhada em adultério e da terrível punição cabível – o apedrejamento. Eles queriam ouvir da boca do próprio Mestre a sentença de condenação. Jesus não respondeu de imediato, mas lentamente se inclinou e começou a escrever com o dedo na terra. Aqueles homens insistiram na pergunta: “A lei de Moisés manda que devemos apedrejá-la. Tu pois que dizes?” Nesse momento Jesus “endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra”.
Todos silenciaram ao ouvir aquelas palavras, e um a um retirou-se daquele lugar, até que só restaram Jesus e aquela mulher. Ao perguntar por aqueles que a acusavam e indagando se ninguém a havia condenado, recebeu a tímida resposta: “Ninguém Senhor”. E então, para a surpresa daquela mulher, Jesus pronuncia a sua sentença de liberdade e perdão: “Eu também não te condeno. Vai e não peques mais”.
"Em Seu ato de perdoar a essa mulher e animá-la a viver vida melhor, resplandece na beleza da perfeita Justiça o caráter de Jesus. Conquanto não use de paliativos com o pecado, nem diminua o sentimento da culpa, procura não condenar, mas salvar. O mundo não tinha senão desprezo e zombaria para essa transviada mulher; mas Jesus profere palavras de conforto e esperança.
O Inocente Se compadece da fraqueza da pecadora, e estende-lhe a mão pronta a ajudar” (E.White).
A história dessa mulher pode ser aplicada também para a nossa vida. Quantas vezes não nos encontramos nessa mesma condição de pecado e humilhação? Pecado é transgressão da Lei de Deus. Quantas vezes não transgredimos os mandamentos sagrados? Mesmo sem a nossa própria vontade, mas ao colocarmos nossos desejos acima da vontade de Deus, ao desrespeitamos nossos pais, ao nutrirmos ódio pelo nosso próximo, por exemplo estamos transgredindo a Sua Lei. Porém, se humildemente permanecermos aos pés de Jesus, com coração contrito e arrependido, podemos ter a certeza de ouvirmos Sua voz mansa a nos dizer: Eu não te condenarei. Pode ir em paz. Você agora é uma nova criatura!
